Capítulo 42 - Sussurros do demônio

Mark e Katherine se encaram, a treinadora esta disposta a abandonar o grupo e fazer o que for preciso para conseguir o poder necessário para se opor ao Lux e conseguir provar a inocência de seu pai. Mas existe algo nos olhos dela, um ódio muito forte, uma grande carga de negatividade, se a deixasse ir desse jeito ele sabia que ela faria algo de que se arrependeria no futuro.

Eles enviam Nidorino e Quilava, os Pokémon ficam se encarando embora reticentes, como se não quisessem aquela batalha.

Mark sabia que ela estava furiosa, triste, revoltada, confusa, saber que o irmão tinha sido o responsável por uma conspiração contra o pai, que talvez ate mesmo fizesse parte da organização responsável pelo ataque em Cerulean, sua família havia se desfeito. Ela não sabia o que fazer, apenas que precisava de poder e que queria vingança.

Eu não conheço muito o seu pai, mas sei que ele não iria querer que você estragasse a sua vida para vingá-lo. Se escolher o caminho da vingança toda luz que existe em você vai sumir, vai ser consumida pela escuridão. – disse Mark

E daí? Não me importo com o que vai acontecer comigo depois, eu só quero destruir meu irmão e os Lux, se o preço que tiver de pagar por isso for a minha vida pagarei com todo prazer. – disse Katherine

– Depois de me dizer isso como espera que eu apenas a deixe ir embora? Você esta fora de controle, toda essa raiva esta envenenando o seu coração.

– Eu sei disso, sei no que preciso me transformar para cumprir minha vingança, exatamente por isso quero ficar sozinha. Não quero ferir você ou qualquer outra pessoa com quem eu me importo. Além disso ... eu prefiro que você se lembre de mim como eu era, a garota que você encontrou na floresta, não quero que se lembre pelo que me tornarei.

Mark abaixa a cabeça e fica em silêncio, parecia que ele finalmente havia compreendido e a deixaria partir, mas então Nidorino ataca o Quilava com Horn Attack, a investida tem um grande impacto atirando o Pokémon de fogo contra uma rocha, deixando-o bem machucado.

O que foi? A garotinha que estava dizendo que ia derrotar os Lux é tão fraca assim, com um único ataque quase a derrotei, se não é capaz sequer de me vencer então não importa quanta escuridão atraia ate você, no fim falhará. – disse Mark num tom sério

Katherine se irrita e ordena que Quilava ataque, ele começa com SmokeScreen enchendo a arena de fumaça.

É com isso que pretende me vencer, com um ataque de distração? Ou será que usará a fumaça para fugir? É essa a determinação que você possui, fugir diante de qualquer dificuldade. Por mais que diga que tenha mudado ainda parece a mesma garota que preferiu fugir de Cinnabar a encarar o pai. – disse Mark

Nesse momento Nidorino usa Poison Sting, disparando dezenas de pequenas agulhas feitas de veneno, que acabam acertando Quilava e o deixando envenenado.

O que aconteceu com Quilava é o mesmo que aconteceu com você Katherine. Ele tentou se esconder, fugir da batalha, mas no fim foi atingido, e agora esta envenenado, em pouco tempo cairá mesmo que eu não faça mais nada. Você esta envenenada pelo ódio aos Lux, o caminho que quer trilhar levará você a se autodestruir mais cedo ou mais tarde. – disse Mark

As palavras dele deixam Katherine hesitante e confusa, aproveitando-se disso Mark ordena que Nidorino novamente ataque com Horn Attack, nocauteando o Pokémon de fogo.

Você perdeu, foi incapaz de me vencer, mostra o quanto você é fraca e que não conseguirá terminar sua vingança, medo, duvidas, sentimentos confusos, tudo isso a distraiu durante a luta, acha mesmo que alguém tão imatura pode vencer os Lux?

Katherine então da um tapa no rosto de Mark, ele sequer virá o rosto e começa a rir, ela segue dando tapas no rosto te que ele para a mão dela por esta já estar machucada, ela então sai e vai ate um rio que ficava lá perto para lavar o rosto já que estava chorando.

Assim que ela se afasta o suficiente Mark por mias que tente não consegue esconder que também tem lagrimas correndo pelo seu rosto, aquilo tinha sido muito difícil para ele também, cada tapa que Katherine dava nele doía no fundo de sua alma, cada ataque era como ouvir ela dizendo “Por que você é tão fraco?”, “Por que me promete coisas, me faz ter esperanças se não pode as cumprir?”

Ele sabia que ela estava cheia de ódio, que precisava descarregar aqueles sentimentos, então ele fez a única coisa que podia naquele momento, aguentou tudo que ela tinha, como um para-raios ele atraiu para si a raiva dela.

Uma vez que ele não a atacaria de volta aqueles sentimentos morreriam nele, encerrando o ciclo de ódio, mas aquilo não foi fácil para ele.

Quando Katherine voltou, eles se encararam por algum tempo, antes que ela pudesse falar ele começou.

Eu não sou um super herói, não são tão cool para ser um príncipe encantado também, assim como você não é uma donzela indefesa, você é muito forte e determinada, eu vejo muita coragem em você. – disse Mark

– Não vingança, mas justiça, se você decidir trilhar esse caminho irei consigo ate o fim, vamos ficar mais fortes juntos, eu preciso ficar mais forte, sei que você também quer se fortalecer, ajudando um ao outro, servindo de suporte nos momentos difíceis. Nós podemos conseguir se nos mantivermos unidos.

– Vamos derrotar os Lux!

Mark estende a mão para ela, e Katherine aceita, apertando a mão dele e mostrando que estava disposta a tentar fazer a coisa do modo certo, justiça ao invés de vingança, trilhar um caminho que não a levasse ate as trevas onde ela ficaria sozinha.

Nesse momento Vincent também coloca a mão sobre as deles, mostrando que estava disposto a ajudá-los, que eram uma equipe e que se ajudariam nessa difícil missão.

Assistindo a toda essa cena estava um pequeno Chimchar, o Pokémon macaco tinha ao longo de sua vida assistido varias batalhas Pokémon que tinham acontecido na floresta, aquilo o deixava animado, aquela emoção, o calor da batalha, ser reconhecido como o mais forte.

Ele tinha decidido que ele próprio escolheria seu treinador, um que ele acreditasse capaz de levá-lo ate o topo do mundo, e ao ver tanta determinação e bravura nos olhos de Mark ele finalmente fez sua escolha.

Se revelando para Mark e o desafiando para uma batalha, mesmo sendo selvagem ele demonstrava ter muita força e estar num bom nível, dando bastante trabalho para o Electabuzz de Mark, mas no fim terminou sendo capturado.

Agora com um novo Pokémon na equipe, e também precisando recuperar Nidorino e Quilava, Mark e os outros seguem ate a cidade de Fuschia, para ir ate o Centro Pokémon, e em seguida confrontar o gym leader.

Uma vez que os Lux pareciam estar atrás de poder, e pelo fato de já terem atacado outros gym leaders a conclusão a que o grupo chegou é que o melhor seria continuar a jornada, já que assim poderiam além de treinar também conhecer os líderes e investigar se eles também faziam ou não parte da organização.

Mas enquanto tudo isso acontecia em Fuschia, em Cinnabar também aconteciam coisas.

O gym leader Damon não permitiu que o ginásio fechasse ou que toda a crise política que culminou na prisão de seu pai influenciasse em qualquer coisa, ele não queria demonstrar fraqueza.

Nesse instante ele respondia ao desafio de um jovem treinador que chegava para desafiá-lo, era David, o treinador que Mark e Katherine haviam encontrado em Cerulean. 

Vê-se uma grande explosão e em meio a fumaça um Zweilous triunfando sobre o Quilava do gym leader, David conseguia sua sexta badge.

Depois da vitoria ele vai ate o Centro Pokemon e em seguida fica esperando o próximo barco para poder deixar a ilha, como isso demoraria ainda três horas ele decide caminhar um pouco, ficar no porto com tantas pessoas o incomodava, ele preferia ficar sozinho.

Após caminhas por cerca de trinta minutos ele chega ate uma bela encosta, uma paisagem muito bonito onde podia apreciar a beleza do oceano.

Apareça, estou cansado disso. Por que esta me seguindo desde que sai do Centro Pokemon? – questionou David

Das sombras surge então uma figura misteriosa, envolto por uma capa negra e com uma máscara no rosto.

Você não é o mesmo que encontrei em Cerulean. – diz David, enquanto já segura em sua mão uma pokeball

Muito arguto em perceber que não sou o mesmo que você encontrou antes, mas pode guardar sua pokeball, não tenho a intenção de lutar. No caminho ate aqui você baixou a guarda por doze vezes, se quisesse fazer mal a você teria aproveitado uma dessas oportunidades. – disse o mascarado

– Se não quer uma batalha então o que você quer?

– Conversar. Dizer a você o que a nossa organização quer, contar uma historia que você nunca ouviu, não o conto de fadas que as pessoas contam hoje nas escolas, mas a verdade sobre esse mundo. Uma verdade que a Elite 4 tem tentado esconder nas escuridão, mas nos traremos a luz.

David fica curioso, e decide ouvir o que o mascarado tem a dizer.