quinta-feira, 9 de abril de 2015

Capítulo 5 - Aquela que possui tudo




Enquanto Bruce continua tentando apagar as chamas e conter o incêndio, Mark e Katherine saem dali para evitar se encontrarem novamente com as autoridades de Pallet. Eles recolhem seus pokemon e os fazem retornar a pokeball para se recuperar do nocaute sofrido contra Lloris.

Durante algum tempo eles ficam em silêncio, ambos estão abatidos com a derrota sofrida. Mas nesse momento se focam em um objetivo mais próximo, recuperar o Cyndaquil de Katherine.

Para quebrar aquele silencio e clima pesado Mark tenta começar uma conversa, ele pergunta a Katherine, sobre como ele tinha sido reconhecida por Bruce e pela oficial de policia como sendo de um das regiões de Johto. Ela o explica que depois da grande guerra quando precisavam repovoar a região e recriar a fauna e flora da região foram trazidos pokemon de outras regiões.

Isto era parte da ideia de integrar todos os continentes, mas no fim terminou sendo algo para dividi-los ainda mais, usar pokemon de determinada região era como que um símbolo de orgulho racial, demonstrando de onde o treinador vinha, contudo existiam alguns poucos que ousavam usar pokemon de mais de um lugar, normalmente isso o faz ser mal visto pelos outros.

Mark então toma coragem para perguntar a ela por que Cyndaquil havia fugido, ela tenta disfarçar e mudar de assunto, diz que talvez ele apenas estivesse assustado em ter de enfrentar um Emboar, devia ser apenas isso.

Por favor, me deixe te ajudar, conte a verdade para mim. Eu vi o seu Teddiursa lutando, você é uma ótima treinadora, com certeza um pokemon não fugiria assim da luta. Eu vi que você estava hesitante em usá-lo, além disso, seu Teddiursa tem um nome, e ele não, há algo de estranho nisso. – disse Mark
Não me lembro de ter pedido sua ajuda, alias foi por ter seguido você que tudo começou a dar errado para mim, então é melhor você ir embora, nossos caminhos não vão para a mesma direção. – disse Katherine
– Tudo bem, acho que esta certa, eu causei todos esses problemas para você, atrai todos estes incidentes. Mas o seu Cyndaquil ainda esta perdido, me deixe ajudá-la a encontrá-lo, depois disso eu a deixo em paz.

Mesmo parecendo contrariada Katherine concorda e ambos seguem em silêncio caminhando pela trilha em busca do Cyndaquil.

Depois de algumas horas caminhando sem encontrá-lo começa a anoitecer, eles decidem acampar e continuar a busca no dia seguinte. Mark carregava uma pequena barraca montável em sua mochila, como bom cavalheiro ele a cedeu para Katherine, que agradeceu reclamando que aquilo era muito desconfortável e que estava acostumada a dormir em lugares melhores.

Mostrando-se bastante hábil com essas coisas Mark acende uma pequena fogueira para aquecê-los, enquanto isso eles comem alguns biscoitos em silêncio. Em seguida Katherine vai se deitar na barraca e ele fica sentando perto de lá mexendo na fogueira e vigiando.

Você ainda esta acordada? – perguntou Mark
– Não precisa responder se não quiser, apenas me ouça. Eu peço desculpas, não tenho o direito de te perguntar coisas que você não quer responder. Eu sei que não esta me dizendo toda a verdade, que esta escondendo algo, mas vou esperar ate que queira me contar por conta própria.
– É verdade que não sei muito sobre você, mas sei que esta fugindo de algo e que precisa de ajuda, e eu vou ajudá-la, é uma promessa.
– Boa noite Kath.
Boa noite Mark. E não me chame de Kath. – disse Katherine

Dentro da barraca ela sorri e se prepara para dormir, feliz por ter encontrado uma pessoa boa durante a sua viagem. Mas de repente quando esta prestes a dormir ela sente algo entrando na barraca, ela se prepara para dar um grande tapa em Mark e expulsá-lo chamando-o de tarado.

Mas para sua surpresa não era Mark, era um pequeno pokemon que ela não conseguiu identificar, ele tinha entrado lá procurando algo para roubar, com o grito de Katherine o jovem de Miracle invade a barraca para ver o que estava acontecendo. Depois de muitos gritos e de dar um tapa nele, ela se acalma.

Ela explica que algum pokemon havia invadido o acampamento para roubar coisas, apontando a pokedex para dentro da barraca ela identifica o pokemon. Era um Elekid. No momento em que coloca os olhos sobre ele Mark decide que vai capturá-lo.

Antes que Katherine pudesse falar sobre como isso errado, um garoto de Kanto capturar um pokemon de Johto, ela viu que para ele nada daquilo importava, era queria ser o mais forte, mesmo aquela derrota para Lloris não havia o derrubado ou mudado, ele demonstrava uma determinação ainda maior.

Mark lança Nidoran contra ele, ele avança usando sua velocidade com um Quick Attack, mas Elekid demonstra uma velocidade muito maior, conseguindo se esquivar do ataque. Elekid responde com Thunder Shock, o pokemon rosa recebe a descarga elétrica e parece ter sofrido um dano considerável.
Percebendo que Elekid era mais forte que Nidoran, Mark decidiu mudar de estratégia e evitar o confronto direto, o pokemon selvagem era mais veloz e também possuía um ataque mais poderoso. Para vencer era preciso tirar isto dele.

Ele ordena que Nidoran corra em direção a floresta, o pokemon obedece sendo seguido por Elekid, mas com tantas árvores no caminho a velocidade do pokemon elétrico perde a utilidade, não consegue ser tão ágil com tantos obstáculos pelo caminho.

Seguindo as ordens de Mark, Nidoran consegue usar as árvores a seu favor, superando a velocidade de Elekid e o atacando com seguidos Tackle, mas logo o pokemon elétrico perde o controle, ele esta furioso e começa a usar seus ataques elétricos impedindo o adversário de se aproximar.

Nidoran já tinha sofrido um Thunder Shock, provavelmente não aguentaria o próximo, mas mesmo assim Mark o mandou avançar, e confiando cegamente no seu treinador ele avançou, Elekid não pode fazer nada além de assistir Nidoran se aproximar ate o atingir com o Fury. O pokemon elétrico foi nocauteado.

Mark havia calculado o tempo que Elekid gastava para se recarregar depois de cada descarga elétrica, naquele intervalo de tempo ele ficava indefeso, e foi este o momento em que ele ordenou o ataque de Nidoran, com muita dificuldade ele havia conseguido vencer. Ele atira uma pokeball que depois de girar por duas vezes finalmente para, Elekid agora era dele, sua primeira captura.

Mas não há muito tempo para comemorar, ele não estava lá para capturar pokemon, sua missão ainda era ajudar Katherine a encontrar seu pokemon que havia fugido.

Após tudo isso eles desmontam o acampamento e continuam caminhando pela floresta, ate que veem pequenas nuvens de fumaça se formando, como se fosse um sinal, rapidamente correm ate lá na esperança de encontrar Cyndaquil.

Para a surpresa deles encontram uma garota segurando Cyndaquil pelo pescoço, ela tem aparência de não ser muito mais velha que eles, provavelmente a mesma idade. Uma garota alta, de longos cabelos vermelhos esvoaçantes, vestida com uma calça bem larga, com um lenço amarrado como se fosse um cinto e uma blusa curta mostrando sua barriga, era muito bonita.

Bem vinda disse a aranha a mosca. – disse a jovem
Charlotte, o que você esta fazendo aqui? Eu não entendo. – disse Katherine

Percebendo que Mark não estava entendo aquilo ela tentou explicar, aquela era Charlotte, uma amiga de infância, a melhor amiga dela. Katherine ia em direção a ela, mas é detida pelo seu companheiro de viagem, ele segura o braço dela a alertando do perigo. Cyndaquil estava machucado, ele provavelmente tinha sido atacado por ela antes de ser pego.

Quando Katherine olha mais atentamente para Charlotte vê uma expressão de ódio muito intensa.

Charlotte, o que você esta fazendo aqui? Foi mandada pela minha família? – pergunta Katherine
Exatamente, os empregados, as famílias de segunda linha têm de servir a família principal, se uma princesinha mimada decide ir embora é nosso dever atravessar metade do continente para procurá-la. – disse Charlotte
– Eu nunca pedi para você me procurar, eu disse que só precisava de um tempo, eu avisei aos meus pais, eu só fugi porque eles não aceitavam.
– Chega! Tudo que ouço de você são desculpas de uma garota mimada que não faz ideia da sorte que tem. Mas chega, pare de me irritar eu vou te levar comigo, e depois que te entregar de volta sua família ficará em debito comigo, me foi prometido um lugar como aprendiz no ginásio do seu irmão.
– Não vou voltar agora, não voltarei ate ter encontrado o que queria quando sai de lá.
– Hahahaha. Ótimo, muito obrigado mesmo. Sabe, seus pais estavam tão irritados que autorizaram ate mesmo o uso moderado de força para te levar de volta. Eu estava torcendo para você reagir.
– Por que? Pare, eu não entendo, sou eu Charlotte. Nós éramos melhores amigas.

– É claro que não entende, nunca pensou sobre os meus sentimentos, sobre como era estar todo dia ao seu lado e ver tudo o que você tinha. Como alguém que tem tudo pode entender alguém que perdeu tudo. 

Um comentário:

  1. Bom capítulo, a relação de Mark e Katherine continua evoluindo lentamente, os dois decidiram procurar juntos o Cyndaquil e acabaram por encontrar uma antiga conhecida de Katherine que revela que ela havia saido de casa e que era rica, a história dela parece estar-se desvendando, fico curiosa para saber o que isso tem a ver com o Cyndaquil desobediente.
    Entretanto Mark capturou um Elekid, que é um Pokémon de Johto, Katherine achou isso estranho, por um treinador de Kanto apanhar um Pokémon de outra região, mas para Mark isso parece não importar, estou ansiosa para ver os desenvolvimentos.

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