quarta-feira, 15 de abril de 2015

Capítulo 7 - Eu sou fraco




Charlotte ria maldosamente enquanto Ponyta seguia os ataques a um indefeso Cyndaquil já completamente derrotado. Katherine e Mark já haviam sido derrotados, não havia o que fazer mais, ela precisava se render e voltar para Cinnabar.

Por favor, eu peço. Deixe Katherine se recuperar, você disse que quer superá-la não é? Provar que é melhor do que ela, então de a ela um dia, volte aqui amanha e nos encontraremos neste mesmo lugar. Então Katherine te enfrentará, se você vencer ela volta para Cinnabar, se ela ganhar você a deixa em paz. – disse Mark com o rosto no chão implorando

Sem poder reagir com seus pokemon cansados ou derrotados aquilo era o máximo que eles poderiam fazer, tentar uma chance apelando para o orgulho de Charlotte. Por algum tempo ela pensou a respeito da proposta de Mark, mas logo começou a rir dizendo como a ideia era estúpida, que estava cansada de jogos e a levaria imediatamente.

Nesse momento eles são interrompidos por uma nova presença que se revela. Era Bruce, o gym leader de Pewter, ele era responsável por guardar e proteger toda aquela região. Desde o incidente com Lloris ele tinha alertado todos os guardas das fronteiras a ficarem de olho em forasteiros, e foi assim que ele descobriu sobre Charlotte.

Durante algum tempo ele apenas observou cada ato que se desenrolava a sua frente, Mark e Katherine sendo vencidos e como reagiram a isso.

Não me importa que tipos de problemas vocês tenham, mas não quero este tipo de confusão por aqui. Se não conseguiram cuidar dos seus problemas em Cinnabar eu não vou tolerar que os tragam ate Pewter. – disse Bruce em um tom sério
– Charlotte, acredito que seja este o seu nome, saia daqui imediatamente, você esta sendo banida de Pewter por este incidente, ninguém caça pessoas inocentes na minha região.
– Entretanto, entendo que seja uma situação delicada para Cinnabar, e não quero problemas com o Damon, então não me entenda mal, também não estou do lado deles, o que desejo é apenas que levem este problema para longe daqui.
– Desse modo, o que decidi é que Charlotte partirá imediatamente, e acredite eu saberei se não deixar Pewter, Mark e Katherine ficarão sob minha responsabilidade e proteção por quarenta e oito horas, após este período serão expulsos da região, e fora das minhas fronteiras vocês se entendam a seu modo, já não será problema meu.

Charlotte imediatamente percebeu que aquela não era uma discussão, algo sobre o que pudesse conversar a respeito. Bruce estava exercendo sua autoridade como protetor e líder de toda a região, por mais que confiasse em suas habilidades como treinadora ela sabia que não o podia vencer em uma luta séria.

Aquilo não seria uma luta de ginásio onde ele apenas a testaria, se ousasse enfrentá-lo agora enfrentaria a força total dele. Bruce, um dos mais fortes lideres de ginásio do continente, respeitado e temido por todos, aquilo era maior que ela, então mesmo contrariada ela se viu obrigada a recuar.

A sorte nem sempre estará com você estará com você Katherine, quando deixar Pewter eu estarei lá por você. Eu não vou desistir, você é minha passagem em direção a glória. – disse Charlotte

Katherine corre em direção a Cyndaquil e o pega do solo, o pequeno pokemon esta bastante ferido, havia sido muito castigado pela Ponyta, ela chorava com ele em seus braços, as palavras de Charlotte ainda a machucavam, o fato de seus pais terem enviando pessoas para caçá-la, tudo aquilo era tão doloroso.

Por tentar sair de casa e viver sua própria vida ela tinha causado tantos problemas a tantas pessoas. Quem sabe fosse melhor desistir de tudo e voltar para Cinnabar, ela já tinha tido uma pequena aventura, podia se lembrar disso com carinho e torcer para que fosse o suficiente.

Nesse momento Mark vai ate ela e estende a mão, ajudando-a a se levantar. Ele ainda estava lá por ele, depois de tudo ele lutou ao lado dela e permaneceu ate o fim.

Bruce interrompe o momento deles os convidando para segui-lo ate a cidade de Pewter, lá poderão recuperar os pokemon feridos no Centro Pokemon, e em seguida descansar nos alojamentos do ginásio. Com todos os pokemon derrotados e sem lugar para ficar aquela era uma proposta que eles não podiam recusar.  

Após algumas horas de caminhada chegam à cidade de Pewter, a cidade era famosa por suas minas e vivia da extração de metais do solo. Havia uma parte antiga remanescente da época antes da guerra, com construções rústicas feitas de pedra e uma parte nova erguida após a guerra, com construções de metal, grandes edifícios modernos, o ginásio, entretanto, mantinha-se feito de pedra, como uma tradição e uma lembrança das origens da cidade.

Enquanto Katherine segue em direção ao Centro Pokemon, Mark decide ficar um pouco para conversar com Bruce, eles seguem ate o ginásio da cidade. Ele queria saber por que ele os havia ajudado e entrado naquela luta que não era a dele.

O ginásio era uma grande e imponente construção, um dos poucos prédios que resistiu de pé a grande pé, construído com as mais duras rochas da região era um símbolo do orgulho de Pewter. Dentro dele era possível ver uma dezena de jovens da idade de Mark aproximadamente, eles treinavam duramente, seus pokemon eram submetidos a rígido treinamento, era como treinamento militar.

Bruce explicou que era desse modo na maioria das regiões, por ser o líder da cidade e protetor dela, o gym leader ficava também responsável pelo treinamento dos mais jovens, preparando as próximas gerações que no futuro iriam se tornar os próximos lideres de ginásio ou sair em jornadas para disputar a Liga Pokemon.

Entretanto para poder treiná-los corretamente era preciso montar um grupo de elite, não se podia treinar todos os garotos da cidade, apenas os melhores eram escolhidos e tinham a honra de serem treinados pelo líder. Com isso Mark compreendeu um pouco melhor o que Charlotte queria, o que representava ser treinado no ginásio da cidade.

Você é bem diferente de todos que conheci desde que sai da minha vila, a maioria das pessoas parece ter grandes problemas com quem é diferente, quem veio de outra região. – disse Mark
Vivemos numa época estranho garoto, onde as pessoas se tornaram egoístas e se preocupam apenas com o que acontece com elas mesmas ou quando muito com os seus conterrâneos. Eu sou um modelo antiquado, se vejo uma pessoa com problemas não me importa se ela é de Pewter ou Cinnabar. – disse Bruce
– Espero um dia me tornar um treinador tão forte e bondoso como você, que defende o que é certo, você é como um herói.
– Não seja tolo garoto, eu não sou nada disso. Eu tenho minha própria cota de pecados e de coisas detestáveis que tive de fazer para proteger a cidade. Você me chama herói, mas como acha que Charlotte me chama? Para ela eu fui aquele que destruiu seus sonhos, o mundo é complicado, existem sempre pontos de vistas diferentes para cada situação. Quem para um povo é um herói de guerra para outros é um monstro e assassino.
– Então o que é o certo? Qual o caminho a se trilhar?
– Se um dia encontrar a resposta espero que me conte, porque eu me perdi há muito tempo.

Bruce manda Mark ir ao Centro Pokemon para ver como Katherine esta. Ele se sente estranho com as palavras de Mark, aquele garoto ainda era tão inocente, não conhecia nada sobre o mundo, sobre como ele destrói as esperanças e te torna insensível.

De repente, saindo das sombras surge um jovem pouco mais velho que Mark. Ele tinha a pele escura e os cabelos loiros, usava um colete que exibia seu corpo musculoso, ele tinha olhos determinados e uma expressão inteligente.

Esta tentando começar uma guerra mestre? – disse o jovem
Eu me segurei para não fazer isso. Não faz ideia de como foi difícil não atacar aquele idiota mimado de Vermilion. – disse Bruce
– Seus maus hábitos estão retornando, isso não foi a única coisa que você fez não é?
– Você estava me seguindo Ruud, deve saber o que eu fiz.
– Ficou no caminho de uma missão de Cinnabar, mas isso não é necessariamente algo ruim. Você tem a irmã de Damon aqui, ela é uma valiosa moeda de troca ...
– Não. Eu dei a minha palavra que ela não seria tocada enquanto estivesse aqui, ela será livre ate sair das nossas fronteiras, depois a segurança deca deixa de ser minha responsabilidade.
– Tem trilhado um caminho perigoso, mestre. Feito inimigos poderosos e recusado alianças valiosas.
– Eu sei para onde a trilha que tomei esta me levando, sei exatamente o que vou encontrar no final dela, por isso de vez em quando preciso fazer algo bom, para que eu ainda me lembre de quem eu era e que isso tudo valeu a pena.  Enquanto eu for forte o bastante para aguentar eu resistirei, no momento em que fraquejar serei derrubado e descartado.

Bruce então deixa Ruud e segue para seu quarto para descansar.

Mark sai do ginásio pensativo, ele acaba esbarrando em um garoto que entrava, era um jovem um pouco mais alto do que ele, possuía cabelos pretos e lisos que quase lhe cobriam os olhos, olhos verdes que demonstravam indiferença, vestia uma calça preta e uma camisa azul por baixo, coberta por um casaco da cor da calça, e um bonito e chamativo cachecol branco.

Depois de trombarem ambos se encararam, Mark estava nervoso e irritado, com muitas coisas na cabeça, por um momento ele pensou que se lutasse aliviaria aquele estresse, e provocou o outro jovem, mas este apenas respondeu que Mark era fraco, e pessoas fracas não o interessavam, entrando no ginásio em seguida.


Tem razão, eu sou fraco. – disse Mark

Um comentário:

  1. Muito bom capítulo, Bruce apareceu na hora certa para salvar Katherine, por temer as consequencias, Charlotte faz a vontade do lider de ginásio e vai embora, esperando as 48 horas passarem. Gostei da conversa entre Bruce e Mark, Bruce parece um tanto atormentado e acha que por Mark o ver como herói, que é um garoto muito inocente. Este Rudd parece interessante, então ele seguia Bruce o tempo todo, estou curiosa para saber como isso se vai desenvolver e quem será este novo personagem? Aconteceu imensa coisa neste capítulo, estou ansiosa para a continuação.

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