quarta-feira, 1 de junho de 2016

Capítulo 47 - O livro da revelação




Uma floresta em chamas, um fogo incontrolável que dizimava todo aquele cenário que um dia antes era verde e cheio de vida, por entre as chamas passava um homem com um uniforme rasgado e com manchas de sangue, a maior parte não era dele.

Por horas ele caminhou ate chegar na primeira cidade, a cada passo seu coração se enchia mais e mais de ódio e rancor, no seu caminho ele via cinzas e ossos de pessoas e Pokémon, era como um homem caminhando em direção ao cadafalso.

Um homem que tinha uma missão, que decidiu um dia dedicar sua vida a proteger as coisas que amava, e que agora só tinhas cinzas nas mãos, não havia restado nada para ele proteger.

Seu ódio pelos humanos crescia, aquilo era culpa deles, sua maldita guerra estava destruindo toda a região.

Ao anoitecer ele chega numa cidade deserta, prédios destruídos, outros ainda queimando, um cenário que emanava um forte cheiro de morte, um dos poucos prédios que haviam restado eram da velha biblioteca da cidade, sentindo-se cansado e com frio ele decidiu entrar para passar a noite lá.

Dentro da biblioteca ele encontra um grupo de crianças, tremendo de frio e com muito medo eles se abraçavam, os mais velhos tentavam consolar os mais jovens que choravam, dias antes o exercito havia passado pela cidade e levado todos em idade adulta para se alistarem no exercito, essas crianças eram inúteis e tinham sido deixadas para trás.

Nesse momento o ranger sentiu-se culpado, a culpa não era dos humanos em si, assim como os Pokémon tinham sido vitimas dessa guerra, muitas pessoas inocentes também haviam sido pegas no meio do conflito, mas mais do que isso, quando ele olhou para aquelas crianças e imaginou em que mundo elas viveriam, ele sorriu, porque descobriu que ainda haviam coisas que ele podia proteger.

Durante um ano ele permaneceu com aquelas crianças, os ensinou a ler, a plantar, e como podiam se virar sem ele. Toda noite ele lia para eles uma historia de esperança, um livro que contava a historia de uma guerra, e de um herói que se levantava e salvava a todos, acabando com a guerra e criando um mundo de paz onde todos podiam viver suas vidas.

Então um dia o ranger disse as crianças que as deixaria, que precisava fazer algo em relação a tudo que estava acontecendo, que seria um herói e terminaria a guerra. As crianças choraram bastante, mas entenderam a despedida, e apenas pediram para ele ser bravo e corajoso.

Elas pediram para ele deixar com elas o livro que lia toda noite, mas quando ele entregou elas viram que existia apenas a capa, as páginas do livro haviam queimado no ataque que a biblioteca sofreu.

O ranger disse a cada dia olhava para os olhos daquelas crianças e via que eles precisavam de esperança, precisavam de um herói, então durante esse um ano ele se nutriu do que via nos olhos deles, a fé em um mundo melhor, os sonhos de dias melhores.

Ele partiu prometendo terminara a guerra e trazer paz ao mundo, ele conseguiu, mas o caminho e as escolhas que teve de fazer para chegar nesse ponto ate hoje pesam sobre sua consciência e o assombram.

Aquele livro que ele escreveu com o mundo que sonhado pelas crianças, nunca poderia imaginar no que ele se tornaria, e ao que ele levaria, o que foi preciso para chegar lá terminou por levar ao apocalipse.

Darmian lembrava desses momentos, lembrava de cada escolha que definiu sua vida, era o momento de agir, ele voava sobre o oceano nas costas de seu Salamence.

É sua última chance, estão me seguindo há quase uma semana, deviam saber que nunca vou baixar a guarda ou me descuidar. Agora vou voltar para Indigo Plateau, então sugiro que me ataquem agora. – disse Darmian

Ele respira fundo enquanto espera, e logo vê ao horizonte duas pessoas se aproximando, dois encapuzados usando máscaras, um vinha nas costas de um Samurott e o outro nas costas de um Dragonite.

Suponho que sejam aqueles que se intitulam Lux. – disse Darmian

Passaram-se cinco minutos sem que ninguém dissesse nada, apenas se sentia uma grande tensão no ar, como se a qualquer momento um violento confronto fosse começar.

Esse silêncio me faz pensar que vieram aqui determinados a cumprir uma missão e não vão se distrair por nada, ou então que tem receio de que eu reconheça alguma das vozes. – disse Darmian
Não tememos nada, apenas não vemos sentido em conversar com um homem morto. – disse um deles
– Estão muito confiantes para quem caiu numa armadilha.
– Armadilha? Nós o vigiamos por dias, você esta sozinho contra nós dois.
– Exatamente, talvez se fossem quatro ou cinco teriam alguma chance, mas apenas dois não serão capazes de muita coisa contra mim. Sugiro que não rejeitem minha oferta, eu vós ofereço clemência e o uma pena branda se se entregarem agora e contarem tudo que sabem sobre a organização bem como os outros líderes.

Os dois mascarados ficaram incrédulos diante das palavras de Darmian, embora a primeira vista soasse como palavras extremamente arrogantes e presunçosas, a verdade é que eles entendiam porque ele tinha dito aquilo.

Apenas estar diante de Darmian gerava uma enorme pressão, era uma aura diferente de tudo que eles já tinham sentido, aquele homem era um deus. Mas eles já imaginavam que teriam de enfrentar algo desse tipo, desde o dia em que entraram para a Lux e prometeram destruir a utopia criada pela Elite 4.
Eles sabiam que um dia teriam de enfrentá-los, que um dia teriam de matar deuses, foi para isso que venderam suas almas ao demônio ...

Darmian tinha uma rosto uma expressão de bondade e ternura que os comoveu, que se não tivessem tão determinados certamente hesitariam diante da oferta de paz oferecida, mas eles não voltariam atrás agora.

Nós cometemos nossos crimes, não pensem por um momento sequer que eu não reconheço isso, vocês jovens são nossos pecados finalmente nos alcançando. Eu sei quem vocês são. – disse Darmian
– Vocês são as crianças que transformamos em órfãos, são os que transformamos em assassinos, eu entendo como se sentem, tem todo o direito de nos odiar, nos arruinamos as suas vidas, merecemos todo castigo que imaginaram contra nós.
 – Mas agora já se passaram vinte anos do fim da guerra, uma nova geração nasceu, uma que nunca conheceu os horrores da guerra, eles não merecem sofrer o mesmo que vocês sofreram, vocês deviam ser os primeiros a reconhecer isto.
– Fico triste em ver que minhas palavras parecem não surtir efeito em vocês, quer dizer que infelizmente terei de partir para a ação, e por mais que eu admita a culpa e o direito de vocês em me julgar por isso, eu prometo que me transformarei no próprio diabo para impedir que vocês arruínem o futuro da próxima geração.

A imagem calma e serena de Darmian que lembrava um Buda, logo se transformou numa imagem assustadora que lembrava um Asura. Ele disse para eles o seguirem ate uma ilha que ficava a uns poucos quilômetros de lá, nesse lugar poderiam começar a batalha.

Ao chegarem à pequena ilha rochosa e desabitada, um dos mascarados tomou a palavra.

Acho que você foi sincero conosco, portanto também lhe direi algo sobre os Lux, não posso lhe dar os nomes, mas contarei quantos somos e nossos codinomes, encare isso como um desafio, se ao fim nos vencer terá as respostas que quer. – disse um dos mascarados
– Lux é formada por sete pessoas: Ephesus, Smyrna, Pergamum, Thyatira, Sardis, Philadelphia e Laodicea. Eu sou Philadelphia e ele é Smyrna. Agora chega de apresentações e conversa, vamos nos matar, é para isso que viemos aqui.

Darmian começa o confronto enviando seu Slaking, Philadelphia envia um Zebstrika, e Smyrna um Persian.


Um comentário:

  1. Você não pode terminar isto desse jeito, eu quero rolar mais para baixo, mas o blogger não deixa, deve ter algum defeito, você não terminaria algo assim desse jeito para me fazer sofrer, você não é tão sádico assim...right?

    Adorei o capítulo, todo o começo com aquela destruição e com Darmian ajudando aquelas crianças. Terminando com o seu discurso para os lux, tudo perfeito. Muito bom, um dos melhores capítulos que já li seus.

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