sábado, 16 de maio de 2015

Capítulo 12 - A determinação para lutar




Mark caminhava de volta para a cidade com Katherine, ele não tinha tempo para pensar em sua recente captura, ele tinha acabado de ver o lindo campo de flores que tinha visitado no dia anterior ter se transformado em um amontoado de cinzas.

Ele se perguntava constantemente o motivo daquilo, por que alguém faria aquilo? É quando ele se lembra do encontro com Lloris e com Charlotte, existia muito ódio e resentimento entre as pessoas, era como se o fim da guerra não tivesse colocado um fim nas diferenças.

No caminho ate a cidade ele vê dezenas de pessoas sendo levadas ao hospital por terem respirado fumaça demais, crianças chorando, uma expressão de raiva nos olhos dos homens.

Um pouco atrás dele caminhava Katherine, levando em seus braços o Houndour que a tinha atacado, ela o levaria ate o Centro Pokemon para que pudesse receber atendimento médico.

Ao chegarem lá Katherine encontra muitas caras de descontentamento, vários treinadores que tinham ido ajudar a combater o incêndio agora levavam seus pokemon feridos ou cansados para se recuperar, e ela chegava lá levando um dos responsáveis por toda aquela destruição, ate mesmo a enfermeira responsável estava reticente sobre atender ou não o Houndour.

Katherine era bastante orgulhosa, Mark nunca esperou que veria ela fazer aquilo, mas ela se colocou de joelhos e implorou para que o pokemon recebesse cuidados, afinal ele não resistiria sem ajuda medica, sensibilizada por isso a enfermeira decidiu ajudar, apesar de alguns protestos de treinadores presentes no local. 

Houndour ficaria sob cuidados do Centro Pokemon, por enquanto não havia mais nada que pudessem fazer, desse modo Mark a convenceu a voltarem para a casa de Hope, para descansarem um pouco e também saber como ela estava.

Ao se aproximarem da mansão já conseguiam escutar gritos e varias vozes discutindo.

Foi Cinnabar!
Isso mesmo, foram aqueles malditos os responsáveis pelo ataque. Precisamos contra-atacar.
Mas se atacarmos Celadon pode os ajudar. Não estamos preparados para aguentar uma ofensiva de ambos.
E se esse for o plano deles, nos acuar e nos fazer atacar para terem desculpa para a guerra?

Cada uma daquelas palavras machucava o coração de Katherine, principalmente por ela ter a mesma desconfiança que eles. Ela fica em duvida sobre seguir, talvez fosse melhor não ir ate lá nesse momento, se descobrissem que ela era de Cinnabar as coisas poderiam ficar complicadas.

Mas Mark olha para ela e diz que ela não fez nada, que não precisa se sentir culpada pelo que outras pessoas fizeram, e que a protegerá se tentarem algo, ao dizer esta parte final ele fica um pouco envergonhado e segue em frente entrando na sala de onde vinha a discussão.

As pessoas não gostam da chegada deles, eles são estranhos que chegaram ao mesmo dia que essa grande tragédia se abateu sobre a cidade, no mínimo são suspeitos, deveriam ser interrogados, esse é o pensamento geral.

Contudo, Hope que ate agora permanecia quieta ouvindo as ponderações dos líderes políticos da cidade decide falar, diz que eles são seus convidados, e que Mark é um desafiante para a badge, entretanto ela pede desculpas a ele por não estar em condições de realizar o combate hoje, pedindo a ele que seja adiado.

Para protegê-los ela pede que ambos deixem a cidade, que Mark retorne futuramente para que possam ter sua luta, que nesse momento a situação esta caótica demais. Antes de partirem Katherine pergunta se pode ficar com aquele Houndour ferido, Hope concorda.

Eles pegam sua bagagem nos quartos e partem. Esperariam ate o dia seguinte para levar Houndour que ainda precisava descansar, e em seguida partiriam em direção a Vermilion.

Mas de repente começa uma grande agitação e correria pela cidade, algo aconteceu. As noticias contam que um dos responsáveis pelo ataque foi capturado e que será apresentada aos cidadãos na prefeitura.

Eles decidem também ir e descobrir do que se tratava aquilo, é quando tem uma grande surpresa, descobrem que a pessoa capturada foi Charlotte. Embora ela usasse pokemon de Kanto, ela tinha símbolos de Cinnabar e estava identificada como aprendiz do ginásio, além de usar pokemon do tipo fogo e ter resistido a prisão.

Katherine sabia que Charlotte era inocente, ela estava escondida em Cerulean porque estava caçando-a, não tinha sido ela a responsável pelo ataque.

A multidão enfurecida começa a atirar pedras em direção a Charlotte, mas Hope se coloca na frente, recebendo uma pedrada na testa, que faz um corte em sua testa.

O que vocês estão fazendo? Eu entendo que estejam furiosos, que queiram descarregar sua fúria pela perda que tivemos, eu compreendo porque também sinto isso. Mas não vamos fazer isto desse modo. Essa garota é uma suspeita, não sabemos se ela realmente foi a culpada, ela terá direito a um julgamento justo. – disse Hope acalmando a multidão
Interessante você falar isso, pergunto-me que moral tem a gym leader, a pessoa responsável por proteger nossa região para dizer isto, depois de ter falhado em protegê-la, porque parte disso também é culpa sua. – diz uma bela jovem de quimono que aparece

Mark pergunta quem é ela, uma mulher responde que aquela era Rachel, a antiga gym leader de Cerulean, há quatro anos ela havia sido derrotado por Hope e perdido o posto de líder da cidade, mas nunca havia se conformado com isso, todos os anos continuava a desafiá-la na esperança de recuperar seu antigo cargo.

Ela era bastante critica a Hope, dizia que ela era muito branda e não servia para proteger a cidade, que ela deveria fazer com que as outras regiões temessem Cerulean, embora a atual gym leader fosse amada por todos na cidade, haviam muitos que concordavam com Rachel, que sentiam que a cidade precisava adotar uma postura mais agressiva para ser respeitada.

A sua covardia, o seu modo de conduzir os assuntos da nossa cidade causaram isso, uma líder fraca trouxe o inimigo ate nós. Entendam, não estou dizendo o admiro, pelo contrário, não podia o desprezar mais, mas esse ataque que sofremos, todos sabem que Vermilion não sofreria um ataque como esse. Landreau é um homem temido em toda a região. – dizia Rachel, claramente tentando inflamar as pessoas contra Hope
Chega Rachel! Quer discutir isso, quer me culpar pelo que aconteceu, ok, eu assumo parte da culpa, era meu dever proteger a cidade e eu falhei, mas agora não é o momento, eu não quero lutar com você. Não podemos nos dividir, pelo menos enquanto passamos por isso precisamos ficar unidos. – disse Hope tentando encerrar o conflito   

Rachel aceita os termos de Hope e encerram a discussão, mas na verdade ela já havia conseguido o que queria, as pessoas começavam a cochichar sobre isso, se tinham realmente uma líder fraca e que isso tinha sido a causa do ataque, que talvez com outro líder isso não teria acontecido.

Enquanto a população se dispersava voltando para suas casas Mark e Katherine permaneciam lá, na praça em frente a prefeitura. Por mais que seu confronto recente com Charlotte tivesse a abalado, que ela tivesse descoberto que sua melhor amiga na verdade apenas a usava e que no fundo a odiava, ela não podia deixar aquilo desse modo.

Se eles partissem não sabiam o que poderia acontecer com ela, confiavam em Hope, mas viam o quanto ela mesma estava a perder força, as pessoas estavam furiosas, não queriam justiça, queriam vingança. Katherine temia pelo que poderia acontecer a Charlotte.

Mas ao mesmo tempo, se ficassem seriam mais envolvidos nisso, se descobrissem que Katherine era irmã do gym leader de Cinnabar ele certamente seria presa, Hope já tinha ordenado que partissem para que não fossem envolvidos em toda essa confusão, nem ela poderia protegê-los se permanecessem.

Era possível ver a enorme angustia em que se encontrava Katherine, foi então que Mark percebeu o porquê de estar ali, antes ele se perguntava sobre o motivo de todo esse ódio e rancor entre as pessoas de regiões diferentes, ele sabia as historias sobre a guerra, de todos os horrores que aconteceram, mas ela tinha terminado, o problema era que as pessoas não esqueciam isso em seus corações. Na alma deles ainda havia guerra.

Parte dele tinha pensado se não deveria voltar a sua pequena vila e se isolar novamente, se afastar desse mundo sombrio que parece pronto a mergulhar em uma nova guerra, mas ele sabia que não era esse o caminho, fugir e abandonar as pessoas. Ele queria conhecer este mundo, ao mesmo tempo não existiam apenas trevas, existiam pessoas boas como Bruce, Hope, Katherine.

Era como se as pessoas estivessem sempre viradas para as sombras, enxergando apenas o pior um do outro, se recusando a se virar e encarar o sol. Era algo que apenas alguém vindo de fora podia perceber, aquele mundo deveria ser a utopia que sonharam, um lugar onde os treinadores pudessem capturar qualquer pokemon dos mais de setecentos já descobertos.

Pode-se aprender algo com as diferenças que existem no outro, quem sabe ate mesmo descobrir que não são tão diferentes assim no final.

Era um pensamento inocente e ingênuo, se ele o dissesse em voz alta todos iriam rir e zombar dele, mas Mark tinha decidido que agora aquele também era o mundo dele, e que ele ajudaria a consertá-lo.


Kath, eu não sei se é um bom plano, mas eu tenho uma ideia. – disse Mark 

Um comentário:

  1. Bom capítulo, mais uma vez você mostra o estado do mundo, com teorias sobre Cinnabar querer começar uma guerra e Katherine ficar calada, com medo de represálias, ela se mostrou bem humilde e preocupada, implorando para que o Houndour que atacou o vale das lágrimas fosse tratado no centro, a construção dela está muito boa. E ainda vimos a chegada de um novo personagem, esta Rachel parece problemas... gostei ^^

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